Cistectomia Robótica no Tratamento do Câncer de Bexiga: Tecnologia e Precisão a Favor da Vida

Dr. Alexandre Sato 17 Abril

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Médico Especialista

O câncer de bexiga apresenta uma realidade surpreendente: enquanto 80% dos casos são tumores superficiais com alto índice de cura, 20% são classificados como invasivos e necessitam de tratamentos mais complexos, incluindo retirada da bexiga. Atualmente, o tabagismo é responsável por 70% dos casos dessa doença, tornando-a um importante desafio para a saúde pública.

A cistectomia é o procedimento cirúrgico indicado nos casos mais avançados de câncer de bexiga, especialmente quando o tumor é invasivo e compromete a parede muscular da bexiga. Com os avanços da medicina, a cirurgia robótica tem se destacado como uma opção moderna, segura e eficaz para a realização dessa operação complexa.

 O que é a cistectomia robótica?

A cistectomia robótica é realizada com o auxílio de um sistema cirúrgico robótico controlado pelo cirurgião, que oferece alta precisão, visão em 3D e movimentos delicados. Essa tecnologia permite a remoção da bexiga (total ou parcial), além de possibilitar a reconstrução do trato urinário com menos trauma para o paciente.

Vantagens da abordagem robótica : 

- Menor sangramento intraoperatório

- Cicatrizes menores e menos dor no pós-operatório

- Recuperação mais rápida

- Menor risco de infecção e complicações

- Alta precisão na preservação de estruturas importantes

Quando a cistectomia robótica é indicada?

A indicação mais comum é o câncer de bexiga músculo-invasivo. Também pode ser considerada em tumores não-invasivos recorrentes e agressivos, que não respondem bem à terapia intravesical (como BCG).

Além disso, a técnica robótica é especialmente útil para pacientes idosos ou com comorbidades, por oferecer menor impacto sistêmico.

 E após a cirurgia?

Após a remoção da bexiga, é necessário redirecionar o fluxo urinário. Isso pode ser feito de diferentes formas, como a derivação ileal ou a criação de uma neobexiga (uma nova bexiga construída com segmento de intestino).

O acompanhamento com o urologista é fundamental para monitorar a recuperação, ajustar os cuidados e garantir a qualidade de vida do paciente.

Conclusão

A cistectomia robótica representa um avanço importante no tratamento do câncer de bexiga, unindo tecnologia de ponta, segurança e eficácia oncológica. Falar sobre isso é essencial para ajudar mais pessoas a entenderem suas opções de tratamento e enfrentarem o câncer com mais confiança e esperança.

Dúvidas :

Q1. Quais são as vantagens da cistectomia robótica em comparação com a cirurgia tradicional? A cistectomia robótica oferece menor perda sanguínea, recuperação mais rápida, redução no tempo de internação e menor risco de complicações pós-operatórias. Além disso, permite uma visualização 3D ampliada do campo cirúrgico, resultando em maior precisão.

Q2. Quanto tempo dura a recuperação após uma cistectomia robótica? Geralmente, os pacientes recebem alta da UTI em 24 horas e deixam o hospital após cerca de 8 dias da cirurgia. A mobilização precoce é incentivada, com os primeiros passos sendo dados nas primeiras horas após o procedimento. O retorno às atividades normais é gradual, com restrições específicas nas primeiras semanas.

Q3. Como é feita a reconstrução da bexiga após a cistectomia robótica? A reconstrução da bexiga, conhecida como diversão urinária, é realizada utilizando um segmento do intestino do paciente. Com os avanços tecnológicos, é possível realizar este procedimento de forma totalmente intracorpórea, eliminando a necessidade de incisões adicionais.

Q4. Quais são as taxas de sobrevida após a cistectomia robótica? Estudos mostram que a sobrevida livre de doença em 2 anos alcança 72,3% nos casos de cirurgia robótica, comparável aos 71,6% da cirurgia aberta. Esses resultados demonstram que a eficácia oncológica da cistectomia robótica é equivalente à cirurgia tradicional.

Q5. Como é feita a preparação para uma cistectomia robótica? A preparação começa semanas antes do procedimento, com uma avaliação multidisciplinar completa, incluindo exames de sangue, ecocardiograma, eletrocardiograma e avaliação da função renal. Os pacientes recebem orientações sobre ajustes de medicamentos e dieta específica. Além disso, a equipe médica discute as opções de reconstrução da bexiga, considerando fatores individuais de cada caso.