Terapia Adjuvante no Câncer de Bexiga: O Que é e Por Que é Importante?

Dr. Alexandre Sato 18 Abril

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Médico Especialista

Após a ressecção transuretral de tumor de bexiga (RTU-B), a terapia adjuvante desempenha um papel crucial na prevenção da recorrência e progressão do câncer de bexiga não músculo-invasivo (CBNMI). As opções de tratamento incluem a instilação intravesical de BCG (Bacillus Calmette-Guérin) e gencitabina.

O Que é a Terapia Adjuvante no Câncer de Bexiga?

A terapia adjuvante consiste na administração de medicamentos diretamente na bexiga para destruir células tumorais remanescentes e prevenir a recidiva. É especialmente indicada para pacientes com câncer de bexiga não músculo-invasivo (CBNMI), classificados como risco intermediário ou alto.

Onco BCG: Como Funciona?

O Onco BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) é uma forma atenuada da bactéria Mycobacterium bovis, que estimula o sistema imunológico a atacar células cancerígenas na bexiga.

Indicações do Onco BCG:
•    Pacientes com câncer de bexiga não músculo-invasivo de risco intermediário ou alto.
•    Casos de carcinoma in situ (CIS).

Protocolo de Administração:
•    Aplicação intravesical semanal por 6 semanas (fase de indução).
•    Manutenção com aplicações semanais por 3 semanas a cada 6 meses por até 3 anos, dependendo do risco do paciente.

Efeitos Colaterais Mais Comuns:
•    Sintomas urinários (disúria, frequência urinária aumentada)
•    Febre leve
•    Sintomas gripais
•    Cistite química

Gencitabina: Uma Alternativa ao Onco BCG

A Gencitabina é uma quimioterapia intravesical usada como alternativa ao Onco BCG, especialmente em casos em que há intolerância ou falha ao tratamento com BCG.

Indicações da Gencitabina:
•    Pacientes com câncer de bexiga não músculo-invasivo de risco intermediário ou alto.
•    Carcinoma in situ
•    Alternativa para pacientes que não toleram ou não respondem ao BCG.

Protocolo de Administração:
•    Aplicação intravesical semanal por 6 semanas (fase de indução).
•    Tratamento do manutenção com aplicação mensal até completar 1 ano.

Efeitos Colaterais Mais Comuns:
•    Irritação vesical leve a moderada
•    Disúria e urgência urinária
•    Menor incidência de sintomas sistêmicos em comparação ao BCG

Onco BCG ou Gencitabina: Qual Escolher?

A escolha entre Onco BCG e Gencitabina depende de vários fatores, como risco de recorrência, tolerância ao tratamento e histórico do paciente. O Onco BCG continua sendo o tratamento de primeira linha para câncer de bexiga não músculo-invasivo de alto risco, enquanto a Gencitabina é uma alternativa eficaz em casos selecionados.

Conclusão

A terapia adjuvante intravesical desempenha um papel crucial na prevenção da recidiva do câncer de bexiga. O Onco BCG permanece como a opção principal, enquanto a Gencitabina se mostra promissora para pacientes que não podem receber BCG. A escolha do tratamento deve ser individualizada e baseada em uma avaliação médica criteriosa